SEM TEMPO, IRMÃO
Estamos atrasadas. E não estamos sozinhas.
Um estudo da San Francisco State University descobriu que 20% da população estão sempre atrasados para reuniões e compromissos, seja social ou de trabalho. Outro estudo, este da Cleveland State University, descobriu que o atraso é uma característica típica dos muito ansiosos e distraídos. Mas há ainda teorias de que a procrastinação - que leva ao atraso - é só estratégia para dar emoção a vidas monótonas.
Aqui no FOLGA temos de tudo: a sempre atrasada, a sempre pontual e a que flutua entre os dois opostos - fica por sua conta adivinhar quem é quem. O fato é que, desta vez, estamos as três atrasadas. Mas temos uma justificativa.
Criamos a FOLGA como uma necessidade e uma aposta. Necessidade de falar mais sobre esse assunto que atravessa todos os segundos da nossa vida: a maternidade. Necessidade de começar uma conversa, abrir diálogo, tirar dúvidas e desabafar. E como aposta de que conseguiríamos criar um espaço novo, uma newsletter que desagua no instagram, que ganha voz em podcast. Mas, gzus, nossa empolgação andou aquém do nosso cansaço no último mês.
A Carol cuida da Eva sozinha e é um leva e traz danado com as terapias e consultas médicas exponenciais da maternidade atípica - e agora ainda estamos em eleição, tema favorito da gata! A Hel também tá sobrecarregada na maternidade e anda passando por um tsunami na vida. Enquanto a Ani… Gente, onde tá a Ani mesmo? Genebra? Nova York? Bogotá? A bicha não para não para não para não.
E eis que essa FOLGA #6 chega com duas semanas de atraso. Atraso pra quem? Pra gente mesma que se impôs publicar essa carta a cada 30 dias. Mas como não recebemos nenhuma reclamação, entendemos que vocês também andam com a vida atrasada. Por isso, até mudamos o tema dessa edição de última hora para falar deste assunto tão moderno quanto desesperador: a falta de tempo!
Ah! E antes que vocês se atrasem em ver, dois recados:
O primeiro é um agradecimento à artista Manuela Navas, cujos trabalhos ilustram essa edição. Sigam no instagram: @navas_manuela
Segundo: esta newsletter aqui é independente e se você quiser ser uma apoiadora ou apoiador basta se inscrever e optar pela opção paga.
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Beijos,
Hel, Ani e Carol
Coçando a ximbica, atrasei o deadline (contém ironia!)
Por Anielle Franco
Só esse ano eu já voei mais de 40 vezes. Sim, isso mesmo que vocês leram: QUARENTA VEZES. E se bobear até você terminar de ler essa maravilha de newsletter, eu posso ter chegado a cinquenta voos lindamente. Cansativo demais!
Vou resumir aqui dois dias do último mês insano:
Levantei às 5 da manhã, me arrumei num piscar de olhos e saí voada. Tinha um evento importante para mediar com a presença da vice-presidenta da Colômbia, Francia Márquez, que começava às 7 da manhã e ia até o meio dia. Quando acabou, já tinha a inuaguração da estátua da minha irmã feita pelo Edgar Duvivier. O evento se alargou pela tarde toda até o escurecer. Às 19 horas em ponto, bati em retiada para o centro do Rio para pegar minha mala em casa e correr para o aeroporto porque meu voo saía às 23 horas do Galeão.
Minha primeira conexão, às 6h30, deu ruim: o voo foi cancelado. Peguei o próximo, às 13 horas. E se você acha que consegui usar as horas em espera para descansar está enganado. Porque o evento que eu ia começava às 11 horas, então fiz minha fala online do chão do aeroporto mesmo. Enfim, cheguei ao destino às 15 horas e me teletransportei para a mesa que eu tinha às 16h. Nem consegui trocar de roupa porque o próximo evento era às 18h. Quando cheguei no hotel, por volta das 20h, já nem sabia meu próprio nome. Mas não esqueci de um trabalho importante do mestrado e mergulhei na leitura. Obviamente, dormi em cima dos papéis.
No dia seguinte, mais quatro eventos. Voltei para casa morta de saudade das minhas filhas, mas já lembrando que lá teria outros tantos compromissos. Meu corpo estava exausto desse crossfit de três dias. Minha mente, então, mais ainda.
O senso de urgência começou a apertar e eu lembrei de uma frase que ouvi não lembro de quem: "se você tem urgência em algo é sinal de que você precisa dedicar mais tempo a esse algo".
Exxxxxqueceeee! Como dedicar algo que não tenho?
Eu pensava: Deus, tem como o senhor me dar aquela moral e fazer o dia durar 48 horas? Infelizmente Ele não me respondeu e eu segui me enrolando com compromissos, leituras, trabalhos e um monte de outras coisas que vão pipocando e a gente vai encaixando no "não tenho tempo pra mais nada".
Se fosse “só” isso, okay. Mas sabe o que tem acontecido aqui em casa com esse tempo que ora chove ora faz calor? As crias adoecem. Numa semana pauleira em que eu achava que nada mais podia me atrasar, a Eloah teve otite e crise de bronquite. Resultado: depois de três dias de crossfit trabalhista ganhei três noites sem dormir.
Sério! Eu me olhava no espelho e tinha vontade de chorar. Só essa minha última frase dá uma newsletter todinha com minhas minas parceiras de folga e de luta. Spoiler? Maybe! Mas a minha vontade foi essa de verdade.
Bom, eu precisava dormir. Eu queria só umas duas horinhas de sono pra voltar plena ao combate! Mas não conseguia. As horas corriam pelo dia e a minha paciência corria pelo ralo. E ainda tem gente que insinua que "cria doente" é desculpa nossa para atrasar ou faltar compromissos - como aconteceu com um relatório que eu entreguei depois do prazo porque minha filha precisou de mim.
Entre idas e vindas da emergência, eu ainda avisei que atrasaria, mas a mina do outro lado da tela, em vez de me acalentar, respondeu: “Poxa, você teve duas semanas. Não deu tempo?”. Juro a vocês que minha vontade era falar: Deu sim, mas é que eu fiquei coçando a ximbica e esqueci de te enviar. Tava tão gostoso que me distraí!
Na minha cabeça, eu respondi gritando: FAZ POR MIM ENTÃO BUNITA, JÁ QUE É TÃO FÁCIL!
Caracaaaaaa! Não é possível, gente! Sabem do que eu sinto falta nesse processo? Empatia. Simples assim! Tudo bem, deadline é deadline, mas pra alguém que sempre foi transparente e nunca atrasou entrega, acho que merecia uma empatia maior.
Enfim.
Entre a missão do meu trabalho, a dedicação às minhas filhas, e a vontade de aceitar todos os convites que recebo, falta muito tempo. A última vez que vi minhas melhores amigas foi em maio! Nem no vôlei, que é minha terapia, eu tenho conseguido ir.
Minha única solução tem sido não gastar um segundo que seja com que não merece nem com coisas que não me impulsionam.
Sem mais delongas e sem mimimi: cuidem-se e lembrem de dedicar tempo ao que faz vocês felizes.
Fé!
Milk-shake de angústia
Por Helen Ramos
Uma pessoa habitualmente atrasada (eu) geralmente ao namorar se relaciona com alguém extremamente pontual (meu companheiro). Quem tá comigo nessa bota o dedo aqui!
Como boa neurótica, eu sempre tenho a sensação de que é tarde demais para fazer o que eu mais desejo. Ou, pior, que não dá mais tempo. E para completar esse milk-shake de angústias, eu estou diariamente atrasada desde que me entendo como gente. Sempre fui. Nem adianta eu falar aqui pra você que isso aconteceu depois da maternidade - mas claro que se agravou com a chegada do Caê.
Tenho memórias lúcidas da minha família me esperando na sala: todos sentados com cara de raiva me olhando despontar na porta finalmente pronta.
Em minha defesa, eu sempre estava ajudando minha mãe a se arrumar, (outra atrasada). Eu a maquiava, fechava o colar, abotoava o blazer e deixava ela a rainha que ela era. Só que sobrava cinco minutos para fazer uma mágica comigo. E, poxa, 5 minutos pra alguém com muita criatividade na cabeça é sacanagem.
Também em minha defesa, na família Ramos de Melo, uma família mineira bem festeira, os almoços comemorativos eram marcados para às 14h, mas o tutu quentinho só era servido às 16h30. Então, assim, desculpa, mas vou culpar minha criação na cara dura mesmo.
Meu super id julgador (ou você, pessoa pontual lendo essa newsletter) podem estar pensando: "o cúmulo do absurdo essa garota achar que é bacana e cool se atrasar". Olha, coloca uma música dramática aí, para eu abrir meu coração cheio de fissuras e dor (nossa gente eu tô/sou dramática, aguentem, perdão):
Não, eu não me amarro em ser a vencedora do Oscar em atraso. Já tomei muito pito por isso. E quando você leva uma chamada por causa de um atraso você tem qual argumento? Nenhum. Quem atrasa se ferra. No meu caso, fico tentando compensar com trabalho, com sacadas geniais, tentando ser a divertida do freela, mesmo que a noite anterior tenha sido em claro por uma crise de ansiedade ou DR de separação.
Tanto eu sei que não é bacana ser atrasada que carrego por aí um pacotão de ansiedade. Fazer tudo correndo, sair de casa fechando a mochila, com garrafa aberta na mão e apertando o botão do elevador com força como se fosse apressá-lo (mas não, ele não chega mais rápido apertando muito, fica aí essa dica) te transforma numa cavalona grossa que dá coice em quem não tem nada a ver com isso (ou em tudo a ver com isso no caso do meu filho, mas, poxa, a adulta da relação sou eu).
Então, ando aprendendo que, se eu não quiser cair dura no chão de estresse agudo, é preciso ajustar essa alma atrasada. Tento acordar cedão e calcular se aquelas 5 coisas que eu quero fazer em duas horas são possíveis ou eu estou achando que vivo em um filme da Marvel. Na maioria das vezes só estou iludida. O que dá é desapegar do caos. A louça vai ficar suja mesmo. Parece que a carreta furacão passou meu quarto - mas e daí?
Às vezes vejo até um lado bom. Ser atrasada, por exemplo, fomenta talentos. Sei fazer penteados chiquérrimos para cabelos sujos. Também ando transformando a falta de maquiagem em statement político. #bodypositivity. Tudo bem que isso faz com que me perguntem mais se eu estou bem, por que pareço tão cansada, e aí entendo que não vou me cansar ainda mais fazendo o stand up da atrasada divertida. Só respondo: não tô bem mesmo, não, tô cansada, desculpa o atraso.
Mommy, mommy and repeat
Por Carol Pires
A Eva sempre acorda antes de mim. E acorda cantando. Semana passada ela estava obcecada por "um, dos, tês indozinhos". Essa semana o disco arranhou em "Mommy, mommy", de um desenho do Cocomelon, em que o bebê se estabaca no chão e chama a mãe pra anunciar que fez um "boo boo", um machucado. A cantoria anuncia o início da jornada. Às 8h, ela entra na terapia ocupacional. Às 12h, tem fonoaudióloga. 12h50 saímos voadas para almoçar porque 13h45 ela já entra na escola. E às 18h (mas que parece 13h46) ela já sai. Trabalho enquanto ela está fora. E fazendo as contas parece um tempo razoável, mas eu precisaria do dobro para por a vida em dia.
A verdade é que nunca atraso para os compromissos dela. Em compensação estou SEMPRE atrasada para os meus. Assim que a deixo na terapia pela manhã, em vez de engatar meu dia, eu passo um tempo prostrada na cama porque estou com o cansaço acumulado e dormi menos do que precisava. Tenho tanta coisa pra fazer que nem sei por onde começar. Normalmente eu já tomei café antes de sair de casa com ela, mas sempre faço mais café na volta. Faço muito mais café do que preciso porque ferver a água e moer o grão virou um ritual, como se a nova xícara quentinha fosse me dar o empurrão que falta.
Começam as reuniões por zoom. Como sou freela, tenho várias dessas ao dia ao longo, todos os dias da semana. E vou pulando de assunto de hora em hora - eleição no Brasil, Convenção Constitucional no Chile, podcast sobre desigualdade, filme sobre extremismo político, newsletter sobre maternidade, e como se não tivesse problemas o suficiente para lidar, sala de roteiro sobre problemas que ficcionalizo.
Fim de tarde, busco a Eva na escola como quem chega para cumprir o terceiro expediente do dia. Rezo para que ela esteja bem cansada e durma rápido - o que nunca acontece. (Nunca sou atendida em minhas preces porque sou atéia ou sou atéia porque minhas preces nunca são atendidas? Fica aí a questão.)
Em vez de dormir cedo, ela resolve ter insônia e perco as horinhas noturnas que tinha reservado para tirar o atraso do freela. Então entro madrugada adentro porque preciso pagar pelo pediatra, a pediatra desenvolvimentista, a neuro, a neuro-psiquiatra, a terapeuta comportamental, a terapeuta ocupacional, a fono, o musicólogo (e tarólogo também, admito).
A todos eles digo que se pudesse resolver apenas uma questão da Eva seria a hiperatividade. Quanto mais ativa ela é, menos atividades minhas eu consigo cumprir. É como se tudo ao redor dela chamasse a atenção na mesma intensidade. É muito difícil conseguir engajá-la em uma brincadeira que dure mais que alguns minutos e isso me cansa mais do que as cinco reuniões por zoom. Essa hiperatividade também faz com que ela corra pela casa pegando todos os objetos à vista. Como o próximo objeto é mais interessante do que ela já tem na mão, vai deixando um rastro de baderna pelo caminho. Tanto que eu apelidei o quarto dela de "Sucata's".
Todos os dias eu crio novas estratégias para amenizar o caos, mas ela é mais esperta do que eu - fato. Apesar de só ter 3 anos, aprendeu a atirar objetos pesados nas prateleiras altas para derrubar o que ela não alcança. E a bicha tem força e mira para conseguir derubar o Keràstase da prateleira que eu instalei quase rente ao reto do banheiro. Além de arremesso de objetos, ela também é craque em esconder pequenos tesouros. Eu matenho canetinhas a sete chaves sob risco de ela transformar todas as paredes em Pollocks. Mas se tenho 3 minutos de silêncio na casa posso apostar que a encontrarei com a própria testa rabiscada pelas canetinhas que ela esconde para momentos de tédio.
Esses dias, eu estava prostada no quarto e de repente me ocorreu: estou relaxada demais e a casa silenciosa demais. Vixi! Corri no quarto e a encontrei debruçada sobre a janela gradeada. Lá embaixo, cinco ovos quebrados, uma boneca e um punhado de legos estavam espalhados na calçada. Desci correndo e encontrei o porteiro encarando a lambança assustado. Até que ele me viu arrastando a Eva pela mão e fez um aceno de sobrancelha aliviado de quem pensou "não era trote, era a Eva".
Às vezes acho que preciso trabalhar mais para ter mais ajuda com a Eva. Mas também acho que preciso trabalhar menos pra ter mais energia para brincar com a Eva. Mas não consigo tomar essa decisão agora porque vou me atrasar para buscá-la na escola. A noite será longa. E amanhã, quando eu ouvir o primeiro mommy, mommy tudo começa de novo.
CARTA DA CONVIDADA
Um brinde ao atraso!
Por Camila Bomfim
Há muito tempo perdi a noção do tempo. Jargões do tipo “vencer o relógio” não fazem sentido. Eu já perdi essa guerra. A pontualidade e eu nunca mais nos vimos desde que João nasceu, há 6 anos.
O problema da mãe é que ela não se resigna, né? Eu não consigo apenas aceitar que perdi a corrida contra o tempo e desenrolar um tapetinho para meditar. Eu sigo correndo - ainda que retardatária.
Comecei a acordar ainda mais cedo pra fazer meu café, montar a lancheira da escola, organizar meu dia de trabalho e a mochila dele para o dia na escola. Somos só nós dois em casa. Mas sempre algo sai do controle. Outro dia foi a banana (nossa amada e salvadora resolvedora de perrengues) que eu comprei pro lanche, mas não ficou madura a tempo. Lá vou eu cozinhar algo correndo. E aí: que ódio, já me atrasei!
No dia seguinte acordei ainda mais cedo porque tinha que levar João para fazer exame de sangue. Por uma obra de Deus chegamos na hora! Minha senha foi a 01 e ouvi palmas mentais de mim pra mim mesma!
Mas na hora de entregar os pedidos de exame, a carteirinha do plano e meu documento, me dei conta: esqueci a certidão do João. Quase chorei. Mas respirei fundo e lembrei que tinha uma cópia reserva na bolsa! Ufa! Palmas pra mim de novo.
Só que aí enrolamos na saída e ele chegou atrasado na escola. Rasguei mentalmente aquela senha 01 do laboratório e pensei “tá vendo, foi comemorar antes de o jogo terminar...”.
Nos raros dias em que saio na hora que planejei, é batata: certeza que esqueci o celular em casa. Temos que voltar. Ou é ele que tem vontade de fazer cocô quando eu já estou com a chave na porta pra sair de casa. O relógio biológico dele não falha: se eu estou me sentindo eficiente, ele sente dor de barriga.
Muitas vezes os atrasos sequer são substanciais, mas é um eterno adeus à minha antiga sensação de eficiência pré-maternidade. Eu era do tipo que acordava meia hora antes de chegar no trabalho, nunca me atrasava e ainda chegava zen. Naqueles tempos, o relógio corria diferente.
Hoje, a sensação é que nenhuma logística é suficiente. Tento sempre lembrar que querer essa vida com roteiro é coisa de quem acredita no ideal da mãe infalível que acorda com tempo de tomar suco verde feito na hora, meditar 30 minutos, repetir os mantras de iluminação e sair na hora com sorriso no rosto. Aí penso, Camila, minha filha, essa mãe só existe no Instagram. E o Instagram dela só existe porque ela tem sete funcionários na gestão da maternidade!
Na vida real, tentar ter essa vida dá uma dor no ombro que caminha pro pescoço, me acorda cedinho com um torcicolo dos inferno, tira minha vontade de ir pra academia e coloca o modo soneca do celular num looping exaustivo.
Eu já trabalho com jornalismo ao vivo. O Conexão Globonews entra as 9h no ar e não tem conversa. Se eu atrasar, o jornal entra no ar sem mim. Mas isso é no trabalho. O problema é que me vejo em rituais de deadline mesmo em fins de semana, quando estou de folga.
Por isso, eu ando tentando me conciliar com o relógio. Não quero estar condicionada pelos machistas e conservadores que romantizam a exaustão materna. Quando me pego nessa toada, chamo esse ideal de maternidade pra conversar, sirvo uma taça de vinho e brindo meu fracasso para o relógio. Viver fora do roteiro do tempo é cansativo, mas é um exercício diário de desprendimento de padrões. Acho até que vou meditar sobre isso amanhã. Se der tempo.
CARTAS DA PAULA
Nossa próxima edição terá o tema CHORO!
Choro é mico? Choro é descontrole? Choro é cura?
Mandem suas histórias de choro para folga.umamaepravc@gmail.com
TALVEZ VOCÊ NÃO TENHA TEMPO, MAS FICA AÍ A DICA:
Dica da Hel: Vão ao cinema e por favor assistam o filme Marte Um, do diretor Gabriel Martins. Nosso filme brasileiro que vai representar o Oscar no Brasil. O filme é lindo, um drama familiar, e vale ver nos cinemas tá? Fotografia linda, atuações que dão banho e alivios cômicos pra sair da sala de cinema de coração quentinho.
Dica da Carol: Minha dica pra mim mesma é ir ao cinema e ver Marte Um, do Gabriel Martins, que todo mundo tá falando como é bom, como é bem feito, como cinema brasileiro pode ser bom pra caralho, mas ainda não tive tempo de ver.
Dica da Ani: A Mulher Rei, com Viola Davis! Só digo isso! O trailer está aqui.
Gente, quando estava lendo essa matéria havia clicado o foda-se!
Eu havia saído no horário do trabalho e pensado: hoje pego minha filha no horário ... aleluia!!
Só que não!
O metrô estava parado...espera pra mais de 15 minutos. Pensei...mmmm posso andar até a outra estação. Mas vou precisar de 20 min.
Pensei..pensei.... Quase chorei por desespero...sensação de solidão e sem criatividade para pensar numa solução.
Aí pensei: bom não tem mesmo nada o que fazer!
Liguei pra escolinha e disse que iria me atrasar.
Aí sentei e li o artigo!
Como sempre, me senti abraçada lendo o Folga!
Continuem meninas, mesmo que atrasadas ❤️